O ressurgir do ‘Monstro’? GEMCorp investirá +$188M na reestruturação da Angola Telecom.

O Governo de Angola acaba de garantir um contrato de investimento de mais de 180 Milhões de dólares norte-americanos com a GEMCorp para o processo de reestruturação, operação e manutenção da operadora estatal de telecomunicações Angola Telecom (AT E.P) por quinze anos.

Este processo de reestruturação irá possivelmente incluir a infraestrutura de estações de base, links microondas, da rede metropolitana de fibra optica e dos data centers que garantem ligações de diversos sectores nevrálgicos do tecido econômico nacional.

É sabido que a Angola Telecom encontra-se num período de alguma indecisão sobre o seu futuro e o papel que ele tem de jogar como pivô da transformação digital do sector público e privado, bem como dos grandes investimentos que estão a ser realizados pelos operadores de telefonia móvel.

Os motivos do investimento

O Governo Angolano tem desde a mais de 10 anos, actualizado em 2019, passamos a citar, um Livro Branco das Tecnologias de Informação e Comunicação… que… estabelece as medidas de política e de estratégia do Executivo para o sector das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, suportado por um planeamento estratégico em que inclui o Plano Nacional de Desenvolvimento 2019-2022, a Estratégia de Longo Prazo para Angola – ELP Angola 2025, a Agenda Conectar 2020, aprovada pela União Internacional das Telecomunicações e a Agenda 2063 da União Africana.

Concluímos que o Livro Branco está muito bem elaborado e alinhado ao Plano Desenvolvimento Nacional (PDN) e às boas práticas internacionais de gestão estratégica do sector das tecnologias de informação e comunicação. Entretanto, é mister referenciar que esta precisará de forte suporte técnico das acções táticas dos players deste sector, sem o qual será muito difícil que os objectivos específicos sejam atingidos. A AT E.P como empresa de charneira, jogará sempre um papel preponderante neste capítulo, não apenas pela dimensão que lhe é conferida em termos de grandeza de infraestrutura, mas também por aquilo que o ordenamento jurídico em vigor lhe atribui em termos de Missão, Visão e Competências. O mercado hoje em dia está algo confuso no que ao escopo das actividades dizem respeito e esse facto apenas se deu, em parte por causa do sentimento de orfandade provocado pela longa ‘apatia’ da Angola Telecom.

De facto, já havíamos aqui mencionado que a AT E.P de forma alguma se pode apartar da responsabilidade de criar um sistema de Roaming Nacional apto para as comunicações móveis. E se é verdade que o Angosat já anda por aqui, também é verdade que se não tivermos uma malha redundante de fibra óptica bem consolidada e os links microondas assegurados nas estradas nacionais, nas malhas ferroviárias, nos aeroportos e portos e zonas costeiras, dificilmente deixaremos de ter ‘sombras econômicas’ no cordão umbilical que liga a economia do mar ao leste e do norte ao sul. Isto é uma realidade que tem de ser dirimida, porque o custo actual de ativação duma rede numa província ou localidade recôndita poderá nunca atingir o seu ponto de equilíbrio sem que a depreciação dos recursos tangíveis investidos veja a luz do dia. Com este factor colocado em cima da mesa, os investidores podem se retrair e apontar baterias onde encontram maiores facilidades.

Portanto, este investimento vem em boa hora e esperamos que a AT E.P possa ter um rumo que lhe coloque na vanguarda da pretendida Transformação Digital do Sector Público Angolano, porque os angolanos ganharão imenso, porque a economia circulará com mais velocidade, menos interrupções e acrescentará valor ao crescimento da economia nacional.

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