Continuaremos a analisar o protocolo EIGRP já aqui referido, tal é a sua importancia devido ao facto de ser um protocolo IGP poderoso, a menina dos olhos bonitos da Cisco. Cabe no entanto perceber bem o estabelecimento das tabelas de vizinhança, topologia e rotas.
Atentemos a figura abaixo, uma rede Point-to-Point simples com duas subredes loopback em lugar de LANs:
A sua config (para testar no packet):
Para R3:
Router#sh run Building configuration... Current configuration : 739 bytes interface Loopback0 ip address 172.16.2.1 255.255.255.0 ! interface FastEthernet0/0 no ip address duplex auto speed auto shutdown ! interface FastEthernet0/1 no ip address duplex auto speed auto shutdown ! interface Serial0/3/0 ip address 192.168.1.1 255.255.255.252 clock rate 64000 ! interface Serial0/3/1 no ip address shutdown ! interface Vlan1 no ip address shutdown ! router eigrp 10 network 172.16.0.0 network 192.168.1.0 no auto-summary ! ip classless
Para R4:
Router#sh run Building configuration... Current configuration : 721 bytes interface Loopback0 ip address 172.16.1.1 255.255.255.0 ! interface FastEthernet0/0 no ip address duplex auto speed auto shutdown ! interface FastEthernet0/1 no ip address duplex auto speed auto shutdown ! interface Serial0/3/0 ip address 192.168.1.2 255.255.255.252 ! interface Serial0/3/1 no ip address shutdown ! interface Vlan1 no ip address shutdown ! router eigrp 10 network 192.168.1.0 network 172.16.0.0 no auto-summary ! ip classless
Cabe antes aclarar alguns termos:
FD – Metrica usada por um roteador para alcançar uma rede destino. Feasible Distance é a composição de 2 metricas separadas. A do roteador vizinho para alcançar a rede destino e a sua para alcançar o roteador vizinho.
AD – Também conhecida como RD. Advertised Distance ou Reported Distance é a metrica do roteador vizinho para alcançar a rede destino.
FS – Feasible Sucessor é a rota backup caso a rota cuja metrica seja de FD falhe.
FC – Feasible Condition é a condição alcançada quando o vizinho anuncia uma rota (AD) menor que a FD. Ou seja uma rota apenas é considerada Feasible sucessor se a sua AD for menor que a FD.
Depois de convergida a rede em R3 pretendemos determinar a FD (Feasible Distance) para R4 e em R4 a FD para R3:
Em R3:
Router#sh ip eigrp topology IP-EIGRP Topology Table for AS 10 Codes: P - Passive, A - Active, U - Update, Q - Query, R - Reply, r - Reply status P 172.16.2.0/24, 1 successors, FD is 128256 via Connected, Loopback0 P 192.168.1.0/30, 1 successors, FD is 2169856 via Connected, Serial0/3/0 P 172.16.1.0/24, 1 successors, FD is 2297856 via 192.168.1.2 (2297856/128256), Serial0/3/0
O seguinte output:
P 172.16.1.0/24, 1 successors, FD is 2297856 via 192.168.1.2 (2297856/128256), Serial0/3/0
P significa interface em estado passivo.
172.16.1.0 é a rede L0 destino que está ligada a R4.
1 successors mostra que existe uma metrica escolhida para alcançar o destino.
FD is 2297856 mostra o valor numerico da metrica escolhida para alcançar a rede destino.
via 192.168.1.2 mostra 192.168.1.2 que é o endereço de proximo salto, endereço este pertencente a interface serial de R4.
2297856 Serial0/3/0 a FD para alcançar 172.16.1.0.
128256 a AD de R4 para alcançar 172.16.1.0 ou seja 128256 é a metrica de R4 para alcançar a rede L0 172.16.1.0.
Serial0/3/0 a interface de saída de R3 directamente conectada ao next-hop 192.168.1.2.
Repare que para a rede 172.16.2.0 directamente conectada a FD é muito curta apenas 128256. Repare para a rede 172.16.1.0 que a FD é 2297856. Isto acontece porque a FD é a soma da metrica de R3 (a FD) para alcançar 172.16.1.0 mais a metrica de R4 (a AD ou RD) para alcançar a rede 172.16.1.0 que é 128256. (exactamente a mesma metrica de R3 para alcançar a sua interface L0 172.16.2.0)
A escolha da metrica FD = 2297856 é verificada porque a tabela de rotas usa a melhor metrica disponivel na tabela de roteamento:
Router#sh ip route Codes: C - connected, S - static, I - IGRP, R - RIP, M - mobile, B - BGP D - EIGRP, EX - EIGRP external, O - OSPF, IA - OSPF inter area N1 - OSPF NSSA external type 1, N2 - OSPF NSSA external type 2 E1 - OSPF external type 1, E2 - OSPF external type 2, E - EGP i - IS-IS, L1 - IS-IS level-1, L2 - IS-IS level-2, ia - IS-IS inter area * - candidate default, U - per-user static route, o - ODR P - periodic downloaded static route Gateway of last resort is not set 172.16.0.0/24 is subnetted, 2 subnets D 172.16.1.0 [90/2297856] via 192.168.1.2, 09:15:35, Serial0/3/0 C 172.16.2.0 is directly connected, Loopback0 192.168.1.0/30 is subnetted, 1 subnets C 192.168.1.0 is directly connected, Serial0/3/0
Nao vou explicar como se analisa uma tabela de roteamento, poderei faz-lo outro dia, mas repare que D indica que uma rota para 172.16.1.0 foi aprendida por meio do next-hop 192.168.1.2.
172.16.1.0 Rede destino que foi aprendida por R3 por meio de R4.
90 é a distancia administrativa do protocolo EIGRP.
2297856 a metrica de R3 para alcançar a rede 172.16.1.0
via 192.168.1.2 o next-hop directamente conectado a R3.
Serial0/3/0 interface de saída de R3.
A configuração desta rede por outro lado traz problemas, devido ao facto de que se o link que pertence ao segmento 192.168.1.0/30 falhar, nao existe uma Feasible sucessor route ou seja uma rota sucessora um caminho de backup para a rede 172.16.1.0.
De facto a analise das tabelas de vizinhança mostra isto mesmo:
Router#sh ip eigrp neighbors IP-EIGRP neighbors for process 10 H Address Interface Hold Uptime SRTT RTO Q Seq (sec) (ms) Cnt Num 0 192.168.1.2 Se0/3/0 14 09:32:48 40 1000 0 10
Apenas um neighbor (192.168.1.2) ligado a R3 por meio da interface de saida Se0/3/0.